Desde quando engravidei o tema maternidade já fazia sua presença nas minhas pesquisas e no meu dia a dia. Já sabia naquela época que mais cedo ou mais tarde esse tema faria parte aqui do blog, afinal um filho é uma grande parte da nossa vida, e uma parte muito importante, eles nos trazem mudanças e reflexões únicas, jamais imaginadas antes.
Hoje vou contar pra vocês 13 coisas que descobri nesses primeiros meses de vida do Lorenzo e que com certeza ninguém me contou mas seria legal ter sabido disso antes!
1- Grávidas não tem desejo como mostram os filmes
Acho que muitas mulheres usam desse mito para satisfazerem suas vontades e serem mimadas pela família e pelo parceiro durante a gestação. Durante 40 semanas eu esperei ardentemente ficar com aquela vontade de alguma coisa. Mas ela não apareceu. Sim ás vezes você acorda com vontade de comer algo, mas de um jeito normal, como já acontecia antes da gravidez que você acordava e pensava: ”Oba hoje é sexta, que vontade de comer pizza!”. Meu único desejo constante acho que devido ao aleitamento materno é beber água! Nossa bebo muito mais água hoje com certeza!
2- Você não come por dois!
Esse foi o mito que eu tive mais medo, eu sempre fui meio Magali comilona, achava que quando engravidasse ia virar dublê da orca do Free Willy mas a realidade foi bem oposta, eu fiquei sem apetite por muitos meses, cheguei a perder peso e tal, e isso não foi somente nos primeiros meses, a falta de apetite me acompanhou por toda a gestação. A azia também… não gosto nem de lembrar. Mesmo quando voltei a comer raramente conseguia comer muito mais do que o normal, afinal o bebê comprime seu estômago então você tem menos espaço para preencher. Já depois que ele nasce, se você der leite do peito prepare-se a fome é monstruosa!
3- Ar condicionado seu melhor amigo!
Não sei vocês mas eu sentia um calor que Deus me livre, podia estar chovendo, nublado, geando, o que fosse, o ar condicionado estava sempre no 16ºC!
4- Seu corpo muda
Muda e muito! E não estou falando apenas de coisas obvias como a barriga inevitável e as estrias indesejadas. Mesmo depois do bebê nascer, você pode voltar a ter o mesmo peso, mas as curvas do seu corpo estarão completamente diferentes. Hoje eu peso menos do que antes de engravidar e meu corpo continua com curvas em lugares que antes não tinha. Mesmo eu, que não sou super neurótica com aparência física ás vezes me pego tendo pensamentos negativos sobre meu corpo, e acredito que isso seja um fator a mais para a famosa depressão pós parto caso a mulher não esteja preparada para essas mudanças. Os hormônios são uma loucura, sabia que enquanto você amamenta você não menstrua? Eu não sabia! Quer dizer são 9 meses da gestação e mais ou menos 1 ano amamentando no peito, são quase dois anos sem menstruar, consegue imaginar o que isso faz com seu corpo querida? Não é a toa que os médicos falam que demora 2 anos para seu corpo voltar ao normal. Então cuide-se mas não pire, a menos que você seja artista da globo com babá, personal trainer, nutricionista e cozinheira a seu dispor as coisas vão demorar um pouco mais do que você imaginou para voltarem ao normal, e outras coisas acho que realmente nunca mais serão as mesmas. Mas tudo bem!
5- Amamentar é difícil! (E muito!!!)
Amamentar é a coisa mais linda e mais difícil que eu já fiz na vida, no começo dói de formas que só quem já passou por isso sabe, você pensa em desistir mil vezes, e se sente culpada por pensar em desistir todas as mil vezes. Você vai chorar sozinha no chuveiro, vai se sentir julgada por quem diz pra você continuar tentando porque leite materno é o melhor pro seu filho, vai ter raiva de quem diz dá logo a mamadeira porque você sabe que ainda tem meio centímetro de força pra tentar mais uma vez antes de se entregar. Sangra, machuca, você se sente violada de não poder se quer negar seu corpo aquela dor, afinal seu filho precisa de você, e sei lá de onde a gente tira forças pra tentar de novo e de novo até que um dia não dói mais. Você tem sim aqueles momentos de comercial de tv, no qual você tem seu lindo filho nos braços, sentada numa cadeira confortavelmente, enquanto você faz carinho nele e ele está sendo amamentado, naquela bolha de puro amor e carinho entre mãe e filho, mas até chegar lá haverá lágrimas e ranger de dentes.
6- Um filho nos muda como pessoas
Não diria que isso é uma coisa que ninguém fala sobre, mas um filho muda tudo, passamos a ter prioridades diferentes e muito mais força de vontade de conquistar as coisas. E para os homens também. Acho que a paternidade é o que separa os meninos dos homens, mas paternidade não é simplesmente registrar um filho no seu nome e comprar coisas pra ele, digo paternidade no sentido mais profundo da palavra, aquele pai que é tão bom nos cuidados quanto uma mãe, dá banho, brinca, alimenta, troca, coloca pra dormir, um homem que faz isso e passa a se preocupar com outro ser humano nesse nível se torna uma versão muito melhor de si mesmo.
7- Você vira uma embaixadora não oficial do Greenpeace
Se teu maior sonho era conhecer o mundo, pára tudo teu maior sonho passa a ser que as pessoas não joguem mais lixo no mar, economizem água e não desmatem as florestas porque no futuro seu filho vai precisar de tudo isso.
8- Você começa a entender melhor seus pais
Lembra quando sua mãe dizia assim: Me escuta fulana, quando você tiver um filho você vai entender o que estou te falando. E olha você entende mesmo. (te amo mãe! obrigada por tudo!)
9– Você vai cuidar melhor da saúde
Um filho demanda muita energia, principalmente nos primeiros anos que eles estão descobrindo o mundo, eles precisam dos pais pra absolutamente tudo! E se você era sedentário vai começar a ter vontade de fazer umas caminhadas, comprar uma esteira e começar a tirar o bumbum do sofá porque perder o fôlego o tempo todo não é legal.
10- Se você acredita em Deus isso também será afetado
Vivemos num mundo onde ter um relacionamento com Deus não é prioridade na vida das pessoas, mas depois que você tem um filho e você começa a prestar mais atenção nas notícias que saem nas tv e jornais, você vai notar mais a maldade das pessoas, a crueldade, a falta de empatia e de amor ao próximo e te dá um medo danado que qualquer uma daquelas coisas aconteça com seu filho. Então você passa a demandar mais a proteção de Deus, você vai entender melhor porque Deus nos perdoa de coisas terríveis quando realmente nos arrependemos de algo, afinal como pai ou mãe é muito difícil imaginar algo do qual eu não perdoaria meu próprio filho. Você pede muita sabedoria também, afinal tudo o que queremos é criar um bom ser humano, que seja um bom cidadão, que cresça e também se torne um bom pai ou uma boa mãe, um bom marido ou esposa pra alguém. Um bom profissional. Uma pessoa honesta. E tudo isso depende daquilo que vamos ensinar.
11- Suas neuras de organização serão curadas
É absolutamente impossível ter uma casa impecável 7 dias da semana, 24 horas por dia quando se tem crianças em casa. E tudo bem, isso não será mais um problema, quando seu filho tiver dormindo, e você tomar aquele banho relaxante pra encerrar o dia, e sentar em cima daquele chocalho barulhento que foi esquecido em cima do sofá isso vai te fazer na verdade sorrir, porque você vai se lembrar do rostinho lindo dele sorrindo quando brinca com aquilo. E o tempo que você passaria deixando a casa brilhando você pode usar para descansar, ler, assistir tv, ou ficar de bobeira no sofá com o marido. Coisas muito mais importantes vamos combinar? hahahaha
12 – Gostar de criança não é o suficiente para determinar se você deve ter filhos
Uma coisa que eu aprendi com a maternidade é não julgar quem não tem e não quer ter filhos. Hoje em dia muitas mulheres decidem não ter filhos, e graças a evolução da raça humana como sociedade as pessoas podem fazer essas escolhas hoje em dia e não precisam seguir o padrão de comercial de margarina. E por mim tudo bem, por mais que eu não consiga imaginar a minha vida sem filhos, hoje eu entendo quem decide por não tê-los. E entendo também que não é porque a pessoa gosta de crianças que deve ter filhos. Filhos próprios não são como os filhos daquele seu casal de amigos que é um fofo, que quando vem na sua casa fica quietinho vendo desenho ou brincando no tablet ou com um livrinho ou dormindo no carrinho. Filhos são um teste de paciência constante. No dia que você estiver mais cansada eles não vão querer dormir, dias que você estiver com dor de cabeça, eles vão estar tão barulhentos quanto um ensaio de escola de samba. Se ambos os pais trabalham fora isso pode ser mais complicado ainda, acrescente uma criança fazendo birra para não dormir a duas pessoas exaustas depois de um dia de trabalho tenso pra você ver como é complicado.
E isso me leva a última observação…
13- Seu relacionamento vai mudar
Se eu pudesse dar um conselho de todo coração para as pessoas seria: invista tempo no seu relacionamento antes de ter um filho. E quando digo isso, não estou falando apenas da curtição geralmente aconselhada para que os casais viagem e se divirtam antes de filho, sempre achei meio ofensivo isso na verdade, parece que depois de ter filhos acabou a festa, nada de sair pra jantar, nem viagens, nem folia. Dá pra fazer quase tudo só que de um jeito diferente. Com flexibilidade e um pouco de adaptação tudo é possível. Mas quando falo de investir no relacionamento, falo sobre as coisas ruins, quero dizer pra vocês cuidarem de todas aquelas manias que irritam, todas os defeitos que você tem esperança de mudar na pessoa, todos os motivos de discussão. Se discutem por dinheiro por exemplo, um filho e os gastos que ele trás podem trazer muito mais problemas pro casal, se discutem por causa da família de um ou de outro vão discutir mais ainda porque uma criança vai fazer com que você se encontre com sua sogra muito mais então é bom você começar a gostar dela, ou no mínimo se entender com ela. (oi sogrinha te amo!) Se vocês brigam porque ele fica muito no celular e não te dá bola, vai ser a terceira guerra mundial quando depois de um dia inteiro cuidando do bebê ele ficar no sofá batendo papo no whastapp enquanto você tenta desesperadamente acalmar seu bebê com cólicas. Tudo isso em um relacionamento já frágil pode ser o fim, tudo isso em um relacionamento forte não é nada. Se torna no máximo uma boa conversa para as coisas ficarem melhores. Um filho pode te fazer odiar o parceiro caso ele não seja a mãe ou o pai que você imaginou, deseja e precisa pro seu filho, ou pode fazer você amá-lo mais ainda enquanto você o observa se jogar no chão pra brincar de carrinho, fica fazendo mil gracinhas pra tirar um sorriso do bebê ou quando ele fala assim pra você amor vai tomar banho e dar uma relaxada que eu fico com o bebê. Sim porque por mais que queiramos direitos iguais, um bebê sempre vai precisar mais da mãe. E não é só por causa da amamentação não, é uma necessidade do bebê mesmo. Mas tem muita coisa que dá pra um pai fazer como dar banho, fazer pegar no sono, brincar pro bebê gastar energia e ficar cansado pra poder dormir. É nessas horas que a palavra parceria será colocada em prática, um bebê não é uma batata quente que vocês vão jogar um pro outro, é uma responsabilidade de ambos e tudo que é dividido não pesa pra ninguém. É importante dividirem ainda mais quando seu bebê pesa mais de 10 quilos e adora um colo! hahahaha (né amor!) Bebês crescem, viram crianças independentes, mas enquanto eles se desenvolvem, até eles chegarem na fase que não precisam dos pais o tempo todo ambos precisam se apoiar e se amar para enfrentarem os desafios. Vale a pena.
Faixa Bônus!
Maternidade = Culpa!
Depois de terminar esse post me deparei com algumas situações que me fez pensar mais uma coisa sobre a maternidade que ninguém me contou, ser mãe é se sentir culpada quase o tempo todo. Você se sente culpada porque não consegue amamentar exclusivamente no peito, se sente culpada porque não consegue fazer seu bebê dormir sem ser no colo, se sente culpada porque precisa fazer introdução alimentar antes dos 6 meses pra poder voltar a trabalhar, se sente culpada porque vai deixar ele no berçário com pessoas que ele não conhece (e nem você) e tem medo, se sente culpada por perder a paciência com ele depois de um dia estressante de trabalho, se sente culpada e culpada e culpada, por mil motivos o tempo todo. Não seja tão dura com você mesma, lembre que acima de tudo você ama seu filho e quer apenas o melhor pra ele, e está com certeza fazendo o seu melhor, o seu máximo e dando tudo de si. Pegue leve com você mesma ok?
Bom é isso pessoal o post ficou meio grande mas eu quis escrever com riqueza de detalhes sobre essa experiência nos primeiros meses de vida do meu filho. Se você tem filhos, está grávida ou pensando em ficar tem muita coisa aí em cima que pode te ajudar se preparar para o que está por vir.
Obrigada pela visita!
A gente se vê por aqui… 😉
Ótimo post. Acho importante desmistificar a maternidade. O mundo – literatura, cinema, novelas, nos vendem uma ideia irreal de como é. Sim pode ser a melhor coisa do mundo, mas não é toda mulher que se realiza da maternidade, como você disse não basta gostar de criança para ser mãe, não é toda mulher que está emocionalmente preparada para as mudanças físicas antes e depois, ou para a nova vida que vem depois do pimpolho nascer. Porque é outra vida, outra forma de se relacionar com o mundo.
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Sim eles fazem parecer tão fácil né! Pra mim é uma outra vida melhor, mas nem todas pensam assim e tudo bem não é mesmo? Cada um é cada um. Obrigada por ler e comentar! Bj
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Muito interessante seu post! Parabéns!
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Muito obrigada por ler, comentar e pelo elogio!!
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Adorei seu post, muito sincero, não pretendo ser mãe! Fiquei feliz em ver uma mãe aceitando as pessoas que não querem ser mães! Sou uma tia e madrinha muito feliz com as escolhas que fiz!!Bjinhoss
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Olá! Obrigada por ler e comentar! As pessoas tem motivações e razões diferentes para encontrarem a felicidade na vida não é mesmo? Cada um é cada um. A minha felicidade é uma casa barulhenta cheia de crianças. Não necessariamente temos que pensar igual né. Tem coisa mais gostosa que tia e madrinha que curte e depois pode manda de volta pra casa dos pais? hahahaha
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